Qual a importância de ser uma Cidade Inteligente?

Quando falamos em Cidade Inteligente ou Smart City é preciso antes de mais nada ter a clareza que uma cidade verdadeiramente inteligente é feita por pessoas e para pessoas. Mais do que construir uma cidade tecnológica, permeada pela transformação digital é preciso ter como objetivo principal a melhora da qualidade de vida das pessoas que vivem na cidade.

Cito aqui apenas uma das dezenas de conceitos disponíveis no mundo acadêmico sobre Smart City, o documento “Carta Brasileira para Cidades Inteligentes” de 2020, traz como conceito que Cidades Inteligentes são aquelas “Comprometidas com o desenvolvimento urbano e a transformação digital sustentáveis, em seus aspectos econômico, ambiental e sociocultural que atuam de forma planejada, inovadora, inclusiva e em rede, promovem o letramento digital, a governança e a gestão colaborativas e utilizam tecnologias para solucionar problemas concretos, criar oportunidades, oferecer serviços com eficiência, reduzir desigualdades, aumentar a resiliência e melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas, garantindo o uso seguro e responsável de dados e das tecnologias da informação e comunicação”. Uma definição ampla que abrange a complexidade do tema, que nos faz pensar nas mais diferentes vertentes de gestão de uma cidade.

Nesse sentido, das transformações digitais, Pindamonhangaba vem ganhando grande destaque entre os municípios de porte médio, que são a grande maioria dos municípios brasileiros.

A facilidade do pagamento eletrônico de tributos, que reduz custos com papel, diminui filas nos atendimentos e chega para mais pessoas, tornando o processo mais justo com todos. Outra vantagem está na segurança, as mais de 1400 câmeras espalhadas pela cidade se conectam com os mais variados sistemas de segurança e Inteligência Artificial, tornando a vigilância efetiva e rápida. Assim como os 110 pontos de internet disponibilizados aos munícipes em pontos públicos como postos de saúde, praças e até mesmo na zona rural, possibilitando acesso rápido e mais eficiente aos serviços municipais. Cito ainda a troca de lâmpadas em toda a cidade, que vai trazer economia por meio de lâmpadas mais modernas, porém mais do que isso, vai trazer maior luminosidade para as vias.
O que isso influencia nas nossas vidas? Vias mais iluminadas permitem melhor visibilidade dos carros e das pessoas, aumenta a sensação de segurança de quem está nas ruas, melhora a visibilidade das câmeras de segurança, e de modo indireto diminui os acidentes de trânsito e a violências nas ruas. Esses dois últimos pontos são indicadores importantíssimos de uma cidade inteligente: a diminuição de mortes e menor índice de violência, e é aqui que quero chegar. Uma Cidade Inteligente trabalha constantemente seus meios, métodos e processos pensando na qualidade de vida das pessoas, visando sempre a sustentabilidade, quando o uso da tecnologia digital visa reduzir custos e gastos, otimizando o consumo de recursos de modo que seu uso presente não comprometa o uso pelas gerações futuras.

No imenso mundo das Cidades Inteligentes podemos citar várias outras possibilidades como semáforos inteligentes que identificam uma ambulância na via e fecham e abrem os sinais, semáforos que identificam idosos nas faixas e aumentam o tempo de travessia, ou até mesmo sensores que identificam lixeiras cheias, que acompanham o caminhão da coleta e avisam por mensagens, aplicativos de saúde e sensores para monitoramento de riscos e desastres.

Pensar a cidade como uma Smart City não é moda, não será passageiro! É o caminho a seguir. As cidades devem e vão se modernizar, se transformar e acompanhar as evoluções do mundo 4.0, portanto a questão que se coloca aqui é: como passar por essas grandes transformações da melhor forma possível? A resposta apesar de fácil não é simples e envolve muitas decisões importantes, mas passa sempre pelo ser humano no centro dos projetos, na qualidade de vida nas cidades e pela sustentabilidade do planeta.

  • Julia Rossato, Diretora de Inovação e Projetos