História : Quando o Clube Literário foi morar ao lado da praça Monsenhor Marcondes
Na edição da Tribuna de 6 julho deste ano nossa página foi dedicada ao histórico Clube Literário e Recreativo de Pindamonhangaba. Na edição de hoje retornamos ao tema por conta de novas informações referentes à história desse clube que, infelizmente, teve interrompida a sua rica trajetória logo depois de haver completado 120 anos de existência…
Nascido importante ponto destinado aos momentos de leitura e de recreação dos cidadãos da Pindamonhangaba antiga, esse clube, em determinado período de sua história foi responsável pela sobrevivência de outra entidade secular, o jornal Tribuna do Norte (assunto que ainda abordaremos).
E é da edição de 15/8/1943 da Tribuna que trazemos a nota referenteao tempo em que o Literário foi morar ao lado da Praça Monsenhor Marcondes: “Por ter a Irmandade da Santa Casa local vendido ao Banco Mercantil de São Paulo o prédio nº 1 da rua Bicudo Leme, onde funciona o Clube Literário e Recreativo, esta tradicional sociedade, mudar-se-á amanhã, para o edifício recém-adquirido à Praça Monsenhor Marcondes, onde instalará sua nova sede”.
Quatro meses depois dessa mudança, que teria ocorrido no dia 16 de agosto de 1943, no início do ano de1944, a Tribuna, edição de 9 de janeiro daquele ano, trouxe matéria se referindo aos esforços que o Literário,diretoria da época, estava fazendo no sentido de que o clube tivesse “sede própria condizente com a sua tradição e em local apropriado ao seu bom nome”.
Segundo o jornal, “Graças, então, aos esforços ingentes dos seus diretores, esse grande desejo foi satisfeito, pois, com a aquisição do magnífico palacete à Praça Monsenhor Marcondes, a localização de uma boa sede passou a ser assunto resolvido”.
O salão de baile
Com a mudança para aquela nova sede, a pretensão do clube era a de promover melhorias para desfrute de seus associados. Neste sentido, tinha-se como prioridade a imediata construção de um salão de baile. Para isso, a diretoria havia lançado ações entre os sócios ou quem quisesse auxiliar, contraindo, por conta disso, uma dívida que já passava de cem mil cruzeiros (moeda em vigência na época).
As ações teriam sido bem aceitas pelos cidadãos, mas… “Acontece, porém, que alguns acionistas que lavraram suas assinaturas no termo de subscrição de ações, esqueceram-se que as despesas efetuadas pela diretoria foram feitas com confiança absoluta nas suas firmas lavradas em o dito livro, e se negam a resolver o compromisso assumido, pagando as quotas subscritas”, queixava-se o clube no artigo.
“É justo, pois, que apelemospara esses recalcitrantes acionistas no sentido de pagarem as suas quotas, pois, mesmo com pequeno atraso no respectivo pagamento”, cobrava a diretoria do clube.
A inauguração
Em agosto daquele ano, conforme publicou a Tribuna na edição de 17/8/1944, aconteceu a festiva inauguração: “Inaugurou-se, parcialmente, a 7 do corrente, o novo salão de festas do Clube Literário e Recreativo desta cidade, o senhor J.M. Vieira Ferraz, abrindo a sessão, apresentou à seleta assistência o Dr. Félix Guisard Filho, que pronunciou uma interessante conferência, cujo tema foi ‘Pindamonhangaba na Independência’”.
Na sequência teve início o baile de inauguração, que teria se prolongado madrugada adentro. O clube informou, pela Tribuna do Norte, que a partir daquela data, todos os domingos, das 21 às 24 horas, o clube passaria a contar com “soirés” dançantes animadas pelo conjunto de Jazz.