História : Quando os paralelepípedos vieram embelezar as históricas ruas da ‘Princesa’
De uma edição do semanário ‘A Cidade’, um dos extintos jornais que já divulgaram a Princesa do Norte, fomos encontrar, em matéria de primeira página, a divulgação de uma série de obras, a maioria urbanas, realizadas pela Administração Municipal, o prefeito era o José da Silva Andrade, mas os serviços haviam sido iniciados na gestão anterior, a do Dr. Adolpho de Campo Maia.
A matéria é iniciada com uma comparação entre a Pinda de antes e a daquele ano de 1935, chegando à conclusão que a cidade se encontrava “sensivelmente melhorada, não somente naquilo que se referia ao seu aspecto urbano, mas também no referente às coisas do município e das finanças municipais”.
Das obras realizadas na cidade, o jornal dá destaque para o calçamento da parte central, que compreendia o Largo da Matriz e a rua Deputado Claro César (que na época se chamava rua Sete de Setembro) até o entroncamento com a rua dos Andradas (início da praça Monsenhor Marcondes). Segundo o redator, com planos de prosseguir o calçamento dos trechos de maior trânsito das ruas Bicudo Leme e dos Andradas e da avenida Jorge Tibiriçá.
No calçamento do Largo da Matriz e rua Deputado Claro César haviam sido utilizados 29.000 paralelepípedos para concluir 1.743 m2 de obra, serviço que havia sido iniciado e concluído na administração do Dr. Adholfo de Campos Maia.
Também tinham recebido calçamento, um total de 232 metros de obras, o cruzamento da rua dos Andradas com a avenida Coronel Fernando Prestes (que na época chamava-se avenida João Pessoa) e o cruzamento desta com a Gustavo de Godoy e Jorge Tibiriçá.
Aterros, apedregulhamento,
meio-fio, bueiros e tubos
Com aterros e aplicação de pedregulho haviam sido beneficiadas as seguintes vias públicas: rua Dr. João Ribeiro, Bicudo Leme (parte baixa), Andradas (apenas um trecho), Rubião Júnior (trecho). Gregório Costa (trecho), avenida Jorge Tibiriçá, rua João Romeiro, Rodrigo Lobato, Vinte Quatro de Outubro (estamos pesquisando que rua era essa), Prudente de Morais, avenida Fernando Prestes e travessa do Mercado (rua José Martiniano Ferraz).
O total de 1.949 metros de meio-fio tinham sido feitos nas ruas Dr. João Romeiro, Andradas, Rubião Júnior, Rodrigo Lobato, Sete de Setembro, Bicudo Leme, Prudente de Morais, Campos Salles, Francisco Glicério, avenida Fernando Prestes, travessa do Mercado e travessa Visconde de Pindamonhangaba.
Na avenida Fernando Prestes, e nos cruzamentos da rua Gustavo de Godoy com a travessa do Mercado e com a Jorge Tibiriçá, haviam sido feitos 35 metros de bueiros.
Na rua Rubião Júnior a melhoria também foi no serviço de captação de águas pluviais. Ali aplicaram 20 tubos (de 0,80cm de diâmetro) de cimento armado.
Reparação de estradas e construção de pontes
Prosseguindo, o redator relembra que a Prefeitura vinha mantendo serviços de manutenção na antiga estrada São Paulo/Rio com os respectivos cantoneiros (empregados responsáveis pelos referidos serviços). Os mesmos trabalhos também eram realizados na estrada que ligava Pinda a São Bento do Sapucaí, no trecho compreendido entre o Piracuama ou Raiz da Serra até Eugênio Lefreve, no entrocamento da estrada de São Bento a Campos do Jordão.
Registrava também serviços de reparação de estrada na via de ligação da cidade ao bairro do Crispim e no trecho compreendido entre a ponte do rio Paraíba até o Km 4 da estrada que liga Pinda a Campos.
A prefeitura também construíra pontes no bairro do Maçahim, na estrada do Ribeirão Grande, bairro do Socorro e bairro do Cantagallo, e reformado as já existentes no Bom Sucesso, Cruz Pequena, Piracuama, Mandu e Ipiranga.
A medição e demarcação de todas as estradas do município também era mencionada pelo redator do ‘A Cidade”, destacando que tal iniciativa que trazia muitas vantagens para a administração municipal, jamais havia sido cogitada pelas administrações anteriores.
Serviços de
reformas no ginásio
O prédio do Ginásio Municipal (funcionava no Palacete Visconde da Palmeira, atual sede do Museu D. Pedro I e Dona Leopoldina) também recebera melhorias. Naquele estabelecimento, registra o redator, “…foram mandados fazer pela Prefeitura, algumas modificações em suas salas, pintura em 5 cômodos, limpeza em uma parte do edifício, ladrilhamento de alguns cômodos, conserto em 150 carteiras, confecção de 61 estrados e vários outros reparos.”
Sobre essa obra de reforma, cabe a observação que embora tais serviços possam ter sido necessários naquele momento do município, contribuíram na descaracterização de uma construção datada do século XIX.
No ínicio deste século (XXI), o palacete foi finalmente reinaugurado. Passou por um período de obras e, ainda que não tenha sido uma restauração propriamente dita, resgataram o possível das características de origem.