Religiosos celebram o Natal construindo presépios artesanais
A tradição que se iniciou com o intuito de relembrar o nascimento de Jesus segue até hoje na casa daqueles que preservam o verdadeiro sentido do Natal
TEXTO: Joyce Dias
Em uma época festiva em que o mundo todo celebra junto um nascimento muito especial é encantador apreciar cidades, casas e até mesmo pessoas entrando no clima natalino. Para os pequenos o “Bom Velhinho” sempre se destaca, mas para os mais religiosos o “Menino Jesus” é o que mais brilha no Natal. E com o intuito de celebrar esse nascimento divino, pessoas investem em enfeites representativos e significativos para a fé. Estamos falando dos presépios, uma obra em que consegue difundir a religião, com a criatividade e a cultura. A construção de presépios é uma tradição que começou em 1223, quando São Francisco decidiu dispensar a proibição de representações litúrgicas nas paróquias e construiu o primeiro presépio vivo em uma gruta na Itália. Sua intenção foi de relembrar o povo a natividade de Jesus e facilitar a compreensão de seu nascimento. Em Pindamonhangaba diversos moradores também têm esse costume, e a maioria deles devido à sua tradição familiar. A sensação de esperar o Natal com a representação do nascimento de Jesus em seus lares é tão agradável, que ela passa de geração para geração. Foi o que contou Célia Silva, que sempre vivenciou o Natal com o presépio montado em sua casa. “Desde criança minha avó falava e montava e minha mãe também monta ainda”, conta a moradora que construiu seu presépio com peças de gesso. “Eu monto bem adiantado porque eu estou preparando a casa para ele entrar nesse dia, mas na verdade, a minha casa sempre está aberta para ele”, declara a religiosa que pretende seguir essa tradição por todos os anos de sua vida. “É uma tradição que eu respeito e gosto, então enquanto eu estiver viva eu vou seguir”, argumenta. Erika Lima, outra a moradora de Pindamonhangaba, também constrói seu presépio por causa da tradição familiar. Ela conta que sua mãe sempre teve essa tradição e em 2015 seu último pedido antes de morrer foi o de permanecer com esse costume. “No dia dela falecer ela falou para mim que quando eu fosse buscar as coisas dela, era para eu doar tudo, mas a única coisa que ela queria que eu mantivesse era o presépio”, relembra. Erika relata que as peças do presépio são de gesso e eram todos de sua mãe, por isso o processo de criação tem um significado muito importante para ela e sua família. “É muito emocionante porque quando eu tiro de dentro da caixa eu sinto o cheiro dela”, conta. “É incrível essa sensação porque o cheiro dela fica até o dia em que eu for embrulhar de novo e guardar para o próximo ano”, acrescenta Erika que em seu presépio ela só coloca o menino Jesus na noite de Natal. “Quando dá meia noite, eu coloco o presépio na varanda de casa, aí a gente faz a oração, pede a proteção da casa e de todos e que abençoe onde eu coloco o menino Jesus”, revela Erika – que também aprendeu a construir sua manjedoura de palha com a sua mãe que viveu na roça.