História : Ruas do Passado: A ladeira da rua Formosa
Das ruas seculares de Pindamonhangaba ficaram apenas as denominações. O cenário que se ergue ao longo de suas calçadas e em seu próprio leito recoberto de camadas asfálticas é completamente outro. A evolução é inevitável e transformadora. Vão longe os tempos de outrora, quando os prédios tinham outras fachadas, como diria Balthazar de Godoy Moreira, “mais severas, sem jardins, beirais largos com telhas coloniais pingando fios de água no meio das calçadas de pedras rústicas, mal ajustadas, com a grama que crescia nas frinchas, transformando-as em alpondras”.
Das ruas do passado relembremos a ladeira da Formosa, atual ladeira Barão de Pindamonhangaba. Assim denominada, por volta de 1840. Foi com essa denominação que, em 1850, logo em seu início, no sentido de quem a desce, começou a ser construída a residência do capitão Antonio Salgado da Silva (Visconde da Palmeira), atual sede do Museu Histórico e Pedagógico D. Pedro I e Dona Leopoldina.
Em 1869 passou a se chamar ladeira do Itororó, em homenagem a uma das vitórias do Brasil, em 1868, na Guerra do Paraguai. Foi com essa denominação que, em 1876, num casarão que ficava pouco antes de sua esquina com a atual rua Dr. Monteiro de Godoy, lado direito de quem desce, foi instalada a Santa Casa de Misericórdia.
Em 1879 a denominaram ladeira do Jardim, pois era a descida para o jardim da praça Cornélio Lessa, o Bosque da Princesa.
Ladeira Barão de
Pindamonhangaba
Finalmente, em 1905, recebeu a denominação oficial de ladeira Barão de Pindamonhangaba, homenageando a memória do coronel Manuel Marcondes de Oliveira e Mello, que, entre títulos, cargos e ocupações foi: comandante da Guarda de Honra de Pedro I (na Independência), comendador da Imperial Ordem da Rosa, juiz de paz, vereador, chefe do Partido Liberal, abolicionista (mesmo sendo um dos maiores cafeicultores de Pinda) e 1º Barão de Pindamonhangaba com Honras de Grandeza.
Fonte da pesquisa sobre nomes antigos de ruas de Pindamonhangaba: ‘Pindamonhangaba Através de Dois e Meio Séculos”, Athayde Marcondes (1922); edições do jornal Tribuna do Norte do ano de 1978 (Newton Lacerda Cesar).