Editorial : Segurança nas escolas
Entra dia e sai dia e continua a discussão sobre o retorno às aulas presenciais. O tema é delicado e o debate é amplo e complexo.
Neste contexto, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a AVSI Brasil iniciam esta semana, um trabalho no Brasil, para apoiar a gestão municipal na continuidade dos serviços essenciais às crianças e adolescentes nas áreas de saúde e educação, com foco especial em garantir um retorno seguro às escolas.
O projeto alcançará 125 escolas e unidades básicas de saúde (UBS) de 39 municípios, incluindo capitais e cidades metropolitanas, com ações de informação, capacitação e engajamento de autoridades, profissionais de saúde e educação, pais, alunos e lideranças sociais. Serão também distribuídos kits de higiene e saúde (incluindo, em algumas cidades, lavadores de mãos) e materiais educativos.
Para os coordenadores da ação, o retorno seguro às aulas presenciais envolve um processo de mobilização e conscientização coletiva, em que as escolas devem se preparar, os profissionais de saúde e educação precisam ser treinados, e pais, alunos e comunidade precisam receber orientação adequada para que se sintam seguros.
Segundo o estudo “Cenário da Exclusão Escolar no Brasil – um alerta sobre os impactos da pandemia da Covid-19 na Educação”, lançado dia 29 de abril pelo Unicef e pelo Cenpec Educação, em novembro de 2020, mais de cinco milhões de meninas e meninos não tiveram acesso à educação no Brasil – número semelhante ao registrado no início dos anos 2000. Desses, mais de 40% eram crianças de seis a 10 anos de idade.
Além de locais de aprendizado, as escolas promovem o compartilhamento de experiências, crescimento coletivo e geram proteção para crianças. Elas reforçam as noções sociais e de valores, ensinam a resolução de conflitos. Por tudo isso, o preparo para que, aos poucos, as crianças voltem à escola, não pode parar.