Editorial : Seleção Brasileira dos problemas
O corte de Luiz Gustavo, que pediu dispensa da Seleção, na quinta-feira (2), para resolver assuntos pessoais, é apenas mais um problema para Dunga e para a CBF. Luiz Gustavo foi o sexto corte antes da Copa América. Anteriormente, Dunga havia perdido Ricardo Oliveira, Douglas Costa, Rafinha, Ederson e Kaká. O zagueiro Miranda fará exame de imagem e também corre risco de ter que deixar o grupo.
Mas não podemos nos esquecer de Neymar, que fez acordo com CBF e com Barcelona para disputar somente as Olimpíadas e está fora da Copa América, e nem de Thiago Silva – que ganhou fama por ser zagueiro chorão, mas que é hoje o melhor brasileiro na posição e sempre esquecido por Dunga.
Desacreditada e sem o apoio do torcedor há muito tempo, a Seleção Brasileira busca nesta Copa América do Centenário – apagar as lembranças os últimos fiascos.
Antes de recorrermos, infelizmente, às tragédias, cabe afirmar que esta Copa América dos Estados Unidos é para ‘inglês ver’. Inglês não, porque eles têm a Premier League – o melhor e mais rico torneio do mundo. A Copa América de 2016 é para comemorar o centenário – que já poderia ter sido feito no ano passado, no Chile, e também para agradar empresários. Nenhuma seleção vai levar a sério.
Sobre os vexames, não nos referimos apenas aos 7 a 1 no massacre germânico na Copa de 2014, ainda podemos citar os 3 a 0 da Holanda na decisão de terceiro lugar (esse ninguém lembra), onde os jogadores da Laranja Mecânica claramente ‘tiraram o pé’ para evitar outra derrota vergonhosa do Brasil. Tem ainda a eliminação na Copa da África em 2010, pela própria Holanda, de virada, após descontrole emocional de Dunga (o mesmo de hoje), um lance deplorável de Felipe Melo, que pisou no atacante Hobben, e duas falhas imperdoáveis do goleiro Júlio César.
E não podemos nos esquecer da história mal contada do Ronaldo e seu suposto mal estar na véspera da final de 1998 contra a França – onde o Brasil tomou de três a zero e nem da lambança do lateral esquerdo Roberto Carlos – que estava arrumando a meia quando Zidane bateu falta e colocou para Henry fazer o gol da eliminação do Brasil para a França na Copa de 2006.
Talvez pior que tudo isso esteja amargar a sexta colocação nas eliminatórias da Rússia 2018 – o pior resultado em uma campanha classificatória na história do time.
E esses são só detalhes de dentro de campo… o pior são as contestações fora de campo. Dentro do gramado, ainda que devagar e sem qualidade temos condições de voltar a brilhar, mas e fora?
Entra dirigente, sai dirigente, um é preso pelo FBI, outro investigado na Suíça, alguns são proibidos de pisar nos EUA e Europa, outros querem retomar o poder… uma vergonha. Uma verdadeira máfia se esconde por traz da Confederação Brasileira de Futebol.
Copa América do Centenário… uma lástima para o futebol.