SP deve se tornar produtor nacional da vacina contra HPV
O Estado de São Paulo caminha para se tornar produtor nacional da vacina contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) e tornar o Brasil autossuficiente na produção da substância que previne o câncer de colo de útero. A vacina está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan.
Na segunda etapa do processo de transferência de tecnologia da vacina, hoje importada, o Butantan passará agora a testar a qualidade e embalar o produto no Brasil, com rotulagem própria do Instituto, antes de disponibilizar a vacina para a rede pública de saúde.
A transferência de tecnologia é fruto de uma parceria entre o instituto paulista, o Ministério da Saúde e a MSD, subsidiária da Merck &Co. Inc. no Brasil. A vacina quadrivalente do HPV (vírus 6, 11, 16 e 18) é hoje oferecida para meninas entre 9 e 13 anos e meninas e mulheres de 9 a 26 anos que vivem com HIV. Para os dois grupos, a vacina é distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2014.
Eficácia da vacinação
A vacina quadrivalente tem eficácia estimada em 98,8% contra quatro tipos de HPV (vírus 6, 11, 16 e 18), doença de alto contágio transmitida pelo contato com a pele ou mucosa infectada, principalmente por relações sexuais. Os tipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero, 60% dos cânceres vaginais, 50% dos cânceres vulvares e aproximadamente 90% dos cânceres anais, enquanto os tipos 6 e 11 estão atrelados a 90% dos casos de verrugas genitais.
A vacinação é recomendada pela Organização Mundial da Saúde como principal prevenção ao HPV entre meninas de 9 a 13 anos. O imunizante é seguro e não há comprovação de qualquer reação grave associada à vacinação, cujo esquema é realizado em duas doses (em intervalo semestral) para a faixa etária de 9 a 13 anos e para meninas e mulheres de 9 a 26 anos vivendo com HIV em três doses.