Taxa de Câmbio
Desde 2009 a crise econômica mundial continua afetando a economia de diversos países europeus. Principalmente a Espanha e a Grécia. Políticas austeras e alto endividamento são apontados como os fatores para que as nações continuem mergulhadas em recessão.
Com a implantação do Euro em 2001, muitos países abriram mão de suas moedas nacionais para dependerem exclusivamente do Banco Central Europeu. No Brasil, a política cambial foi uma das formas que o governo encontrou para amenizar os problemas econômicos que assolaram os países desenvolvidos durante a crise. Assim, mesmo com o declínio da atividade econômica e das conseqüências devastadoras para a indústria nacional, os brasileiros não sentiram os reflexos da turbulência econômica em seus empregos ou renda tão fortemente.
Mas como a taxa de câmbio influencia na economia nacional?
Taxa de câmbio é o preço de trocas entre as moedas de dois países. No nosso caso é o preço de troca entre o Real e o Dólar. Quantos reais são necessários para se obter um dólar no mercado? Taxa de câmbio afeta principalmente os preços praticados na economia
“A taxa de câmbio é tudo”, afirma Samy Dana, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV/SP). Ele explica que a taxa de câmbio afeta principalmente a inflação e os preços dentro da economia nacional, e isso vale mesmo para bens de consumo feitos dentro do país ou pequenos produtores rurais. Isto porque, além da quantidade de bens de consumo importados aqui dentro, muitas máquinas e matérias primas tem seus preços cotados na moeda dos Estados Unidos.
Para evitar a entrada massiva de dólares e, assim, manter a indústria competitiva, o governo adotou, nos últimos anos, diversas medidas de controle de capitais, principalmente o aumento de impostos sobre a entrada de capitais estrangeiros de curto prazo. No entanto, uma das variáveis que mais afetam a taxa de câmbio de um país é a taxa básica de juros.
Se nossa taxa de juros é mais alta que a praticada nos Estados Unidos por exemplo, investidores americanos trazem seu capital de investimento para cá, comprando títulos da dívida, pois serão remunerados com juros muito mais altos. Essa remuneração inibe os investimentos em produção e inovação.
Porém, o dólar valorizado tem suas conseqüências pouco positivas, já que o aumento dos preços dos produtos importados acaba impactando na inflação e reduzindo o real poder de compra dos salários, que leva, a longo prazo, a uma pior distribuição de renda.
Adelson Cavalcante
Jornalista Mtb 56.011/sp
Presidente da Ajop