Tecendo Histórias
Umas das vencedoras do prêmio “Mestre Cultura Viva” fala sobre a arte de unir retalhos e linhas
Diz-se que a pessoa nascida em 10 de abril (início do terceiro decanato) é regida por Vênus e, por isso, tem “temperamento artístico; é entusiasta e prefere a vida em movimento em vez da rotina”…
Se é verdade, não sabemos; mas conhecemos uma ariana para lá de entusiasta. Uma artista nata e por que não dizer ‘autodidata’ – que aprendeu a ler sozinha “porque tinha medo da palmatória”; que se arriscou nas técnicas do artesanato, ainda na adolescência, olhando “meio escondida”, o trabalho das donas de casas.
Aos 78 anos, a ‘pindamonhangabense’ de Riacho dos Machado – cidade mineira –, está há mais tempo no estado de São Paulo do que em sua terra natal, e viu em Pindamonhangaba um solo fértil para criar seus 10 filhos e escrever sua história de luta e perseverança.
Caçula de 12 irmãos, dona Antônia Ferreira da Silva já trabalhou em lavoura, em carvoaria, em fazendas, incluindo a Coruputuba – potência agroflorestal na década de 1950, com plantio de arroz, de outros grãos e de madeira – ela seguia os passos do esposo José Barbosa Silva, que trabalhava em carvoarias. Foram diversos endereços, até fixarem moradia na “Princesa do Norte”.
No fim da década de 1980, já viúva, dona Antônia precisava conquistar o sustento da família e por isso trabalhava com costura de roupas e confecção de peças artesanais. Mas ela nunca deixou de se divertir. “Eu adoro dançar, desfilar e fazer coreografias. Sempre participei das apresentações da terceira idade da secretaria de esportes, até em outras cidades já nos apresentamos. Sou uma dançarina premiada”, conta ela orgulhosa –, exibindo as fotografias de suas apresentações.