Nossa Terra Nossa Gente : TRIBUTO A JOÃO DO PULO, NOSSO MEDALHISTA OLÍMPICO
Há 45 anos,João Carlos de Oliveiradeuum pulo e entrou para a história ao bater o recorde mundial do salto triplo no VII Jogos Pan-Americanos, disputados naCidade do México, com a incrível marca de 17,89 m – o que justificava plenamente o apelido que o consagrou: João do Pulo.Nesse Pan,ainda conquistou uma segunda medalha de ouro no salto em distância.Aos 21 anos de idade, o jovem pindamonhangabense e então sargento do 2º Batalhão de Guardas do Exército “saltava” para a glória do atletismo mundial.
João Carlos já tinha sido recordista mundial júnior, em 1973, com um salto de 14,75m no Campeonato Sul-Americanoe, também, conquistadoduas medalhas de bronze olímpicas em salto triplo nos Jogos Olímpicos de Montreal (1976) e de Moscou (1980). Nos Jogos Pan-Americanos de 1979, em San Juan, Porto Rico, João repete a dupla façanha de ser “ouro” no salto triplo eno salto em distância.
Nosso medalhista olímpico foi o principal nome do atletismo brasileiro até sofrer um grave acidente automobilístico na Via Anhanguera, em 1981. Após quase um ano de internação na UTI, a maior prova que a vida lhe impôs: sua perna direita teve de ser amputada, no que significou o encerramento de sua carreira de atleta. Nos anos seguintes, estudou Educação Física e entrou na vida política, tendo sido eleito deputado estadual em São Paulo pelo Partido da Frente Liberal, em 1986, e reeleito em 1990.
Aos 45 anos, João Carlos de Oliveira, o menino filho de Paulo Aço e de Dona Maria, que desde os sete anos, após o falecimento da mãe, foi criado pela avó, fechou o seu ciclo de luta e glória, de sonhos e desencantos no dia 29 de maio de 1999, quando,infelizmente, nossorecordistamorreu, vítima de uma cirrose hepática.Seu nome então voltou a ser objeto de várias homenagens, batizando uma série de lugares. Um deles é o “Centro Esportivo João Carlos de Oliveira”, no Parque São Domingos, que abrigao “Memorial João do Pulo”, espaçoem que está reunido todo o acervo da vida esportiva de nosso memorável e maior triplista do país, com suas medalhas, troféus e fotos.
No “João do Pulo”, como ficou de fato conhecido o“Centro Esportivo João Carlos de Oliveira”,temos o maior legado de nosso atleta olímpico à sua terra natal: diversos projetos esportivos, nas mais diversas modalidades, que buscam atrair uma parcela significativa das crianças, dos jovens e dos adultos de Pindamonhangaba.
Graças a esse magnífico projeto esportivo da Prefeiturade Pindamonhangaba, que se estende a outros Centros Esportivos do município, eu aqui cheguei em 2010, com uma ginasta de dez anos de idade e medalhista de ouro da Ginástica Rítmica na Ginastrada Paulista 2009: Marina Faria de Oliveira, minha filha. Sob os cuidados e a orientação da talentosa Profª. Simone Rosa, nas tardes de segunda a sexta-feira, das 14às 17horas, nas manhãs de sábado e, se necessário, nas tardes, eu deixava minha meninano “João do Pulo” para os treinos da Equipe de Ginástica Rítmica de Pindamonhangaba.
Nós, mães dessas ginastas, reencontrávamo-nos ao final dos treinos. Naqueles minutos de espera, de troca de conversa, de confidências maternas,inúmeras vezes agradeci ao João do Pulopor sua vida e sua história estarem criando sentido e escrevendo uma nova jornadano livro da vida de centenas de esportistas mirins, juvenis e adultos de sua terra natal.
Esse tributo eu presto ao João, ao nosso João, que, à margem dos monumentos que possam traduzir o nosso reconhecimento e a nossa gratidão, continua vivo nesses projetos esportivos da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer da Prefeitura de Pindamonhangaba, conquistando outras medalhas de ouro, de prata e de bronze para a sua e a nossa terra, a sua e a nossa gente. Ao nosso João do Pulo, a minha e a nossa gratidão. Ao nosso João Carlos de Oliveira, edifico um triplo monumento de gratidão: à sua história de vida, às suas conquistas olímpicas, ao seu legado que inspira as novas gerações a darem um salto sobre as adversidades da vida, a superarem preconceitos e limitações sociais e, como ele, serem “ouro” no céu e no chão de Pindamonhangaba.
A marca do brasileiro João Carlos de Oliveira foi 45 cm superior à do recorde anterior de Saneyev, que era de 17,44 m. Foram necessários dez anos para que alguém conseguisse superar João do Pulo. Em 1985, o americano Willie Banks finalmente arrebatou o recorde, com incríveis 17,97 m.