Troféu Brasil chega ao fim com enxurrada de índices

Depois de três dias de poucas emoções, o Troféu Brasil de Atletismo chegou ao fim neste domingo, em São Bernardo do Campo (SP). Foi também a última oportunidade para que atletas brasileiros obtivessem índice para os Jogos Olímpicos. Neste domingo acabou o prazo estipulado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), ainda que a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) aceite marcas feitas até 11 de julho.
A maior parte dos índices saiu nas provas de 200 metros. No masculino, Jorge Henrique Vides, de 23 anos, venceu com 20s40, correndo pela primeira vez abaixo dos 20s50 necessários. Vitor Hugo dos Santos chegou em segundo, com 20s50, mas não deve ser convocado para essa prova. As vagas devem ficar com Bruno Lins e Aldemir Gomes, que fizeram o índice antes, mas a CBAt só vai revelar a convocação às 15 horas.
Entre as mulheres, vitória de Kauiza Venâncio, com 22s93. Ela já tinha corrido abaixo do índice de 23s20, mas agora melhorou a marca e se garantiu na Olimpíada tanto nos 200m quanto no revezamento 4x100m. Rosângela Santos ratificou o índice, com exatamente 23s20, e, além dos 200m e do revezamento, também vai estar nos 100m. Jailma de Lima fez 23s30 e quase entrou no revezamento.
No salto triplo, vitória e índice para Núbia Soares, com 14,17m, ficando dois centímetros acima do mínimo necessário. Keila Costa, que também está garantida nesta prova (e no salto em distância) no Rio-2016, terminou em segundo, com 14,02m.
Geisa Arcanjo ratificou o índice no arremesso de peso. Ela marcou 17,79m e saiu lamentando não ter alcançado os 18 metros. Já Gabriel Constantino ficou no quase nos 110m com barreiras. Ele venceu a prova em 13s50, a três centésimos do índice. Ficou à frente de Eder Souza (segundo) e João Vitor Oliveira (quinto), que vão à Olimpíada.

FABIANA BATE RECORDE
No salto com vara, Fabiana Murer bateu o recorde sul-americano, saltando 4,87m e, pela primeira vez, quebrando a barreira dos 4,85m, na qual ela mesmo admite que estava “empacada”. Joana Ribeiro Costa surpreendeu e também fez índice, com 4,50m.
Só depois de Joana encerrar sua participação é que Fabiana Murer entrou na prova. Passou 4,50m, 4,65m e 4,75m na primeira tentativa. Ao arriscar 4,87m, precisou de três saltos para enfim bater o recorde sul-americano. Ao longo da carreira, ela tinha três saltos de 4,85m, realizados em 2010, 2011 e 2015. Com o último, ganhou a medalha de prata no Mundial do ano passado.
A temporada 2016 do salto com vara é, de longe, a mais forte da história. Fabiana agora lidera o ranking mundial, com 4,87m, mas outras cinco atletas já saltaram acima de 4,80m: a grega EkateríniStefanídi (4,86m), a cubana Yarisley Silva (4,84m), as norte-americanas Sandi Morris (4,83m) e Jennifer Suhr (4,82m) e a neozelandesa Eliza McCartney (4,80m).
O melhor salto do ano ao ar livre, entretanto, foi da russa YelenaIsinbayeva, que passou o sarrafo a 4,90m no Campeonato Russo. Mas o resultado dela e de outros atletas russos não entram no ranking mundial porque a federação local está suspensa pela IAAF. Contando também Isinbayeva e Anzhelika Sidorova (4,85m), são no total oito atletas saltando acima de 4,80m. Como comparação, em 2012, ano da última Olimpíada, só duas atletas foram tão alto e a melhor marca do ano fora 4,82m.