Vanguarda Literária : UGO NÓBREGA, UMA SAUDADE…
Na solidão de mais uma noite insone, leio os versos do estimado professor – poeta e acadêmico – que foi Membro-Efetivo da Academia Pindamonhangabense de Letras (Cadeira 19) – UGO NÓBREGA.
Trata-se de uma obra escrita com a alma lírica de um poeta que convida os leitores ao exercício do bem – querer, numa sintonia emocionante com os sentimentos de esperança e fraternidade que devem permear as ações dos verdadeiros homens. Revela um drama interior de paixões que se traduzem no culto ao belo, no amor à vida, no olhar de compreensão além dos limites do nosso mundo de maldade, para ir, num vôo sereno aos páramos da verdade que dignifica os seres puros criados à imagem e semelhança de Deus.
UGO NÓBREGA buscou, nos seus versos, a paz com dignidade, respeitada, longe da “paz dos vis, dos pusilânimes, que não vale a pena que se goze, nem pode ser gozo, senão para as almas degradadas, que perderam o sentido da personalidade” como escreveu com muita propriedade Rui Barbosa, expressão maior de civismo e de brasilidade.
Nesse mundo de tanto mal, o estimado UGO NÓBREGA, sentinela ansiando fazer as rondas do bem, saiu pela escuridão dos problemas existenciais deixando luzes em forma de versos, isso porque teve plena consciência de que a poesia é o real absoluto, tanto mais real, quanto mais poética ela for, mais nos encaminhe à reflexão, à filosofia. Assim, com a consciência dos que sabiam o que faziam, pleno de fé em Deus – Pai, esse Poeta pode dizer sem receios, como Santo Agostinho , em “Confissões”: “Senhor, como sois o Ser Absoluto, sois o único que possui a verdadeira ciência. Vós sois imutável na vossa existência, na vossa sabedoria, na vossa essência. Deixarão de existir o céu e a terra, porém a vossa palavra permanecerá eternamente. Senhor, fomos salvos pela esperança!”.
Ao ler cada verso do bondoso amigo, que espelha uma vivência, um apanhado de miragens doces e de angústias de um ser humano que viveu intensamente o seu tempo, percebo que, realmente ele exaltou os valores genuínos do Homem – Integral, na busca incessante da sua perfeição.
Poeta – professor – acadêmico que enriqueceu esse mundo com a sua pena que ensinou, emocionou e educou, ao dizer o que sente e a sentir o que diz, ressaltando, como John Nist em “CREDO DE POETA” : “A Poesia é um mistério natural e a função do esteta é justamente assinalar o sobrenatural no quadro do cotidiano “. Já não se encontra entre nós, retornou para a Casa do Senhor.