Editorial : Um ano de pandemia
A pandemia de Covid-19 completa quase um ano no Brasil e contamos com milhões de casos confirmados, sendo aproximadamente 20% do total no Estado de São Paulo.
Já são mais de 200 mil óbitos (25% no Estado de São Paulo) e as perspectivas são de que ainda teremos, no mínimo, todo o semestre de 2021 para seguir nesta batalha.
O novo coronavirus era um cenário inimaginável quando surgiu, em 2019, na China. Mas a resistência do vírus e o alcance da pandemia nos deparou com algo nunca visto. Desde o princípio ficou claro que as máscaras e o distanciamento social são duas formas eficazes de evitar a propagação do vírus e fazer com os doentes crônicos e idosos, que representam a população mais vulnerável, não sejam contaminados.
Em todo o mundo se recomenda que aglomerações, encontros e festas devam ser evitadas. Associadas a estas formas de prevenção vem a higienização das mãos seja por lavagem com água e sabão ou a utilização de álcool 70% em gel. Atenção também deve ser dada aos ambientes, que precisam ser higienizados e mantidos ventilados e arejados.
Até o momento o novo Coronavírus não possui um tratamento específico que elimine o vírus do organismo. A Medicina, ao longo dos últimos meses, vem encontrando ações terapêuticas, com respaldo científico do que realmente é eficiente, que auxiliam o organismo no combate à doença. Pesquisadores brasileiros tiveram papel importante na demonstração do que pode ser efetivo (cortisona em baixas doses, heparina profilática) e do que infelizmente não tem efetividade (hidroxicloroquina, azitromicina, entre outros tratamentos difundidos como solução do problema, baseado exclusivamente em estudos in vitro).
Assistimos estarrecidos à discussão sobre a estratégia de vacinação da população. É inadmissível brigas por vacinas, seja ela A ou B. Precisamos e, rapidamente, de todas as vacinas possíveis, uma vez que a população brasileira ultrapassa 200 milhões de pessoas, sendo a vacinação potencialmente a melhor oportunidade de controle da doença e evitarmos mais mortes e sofrimento.
Passou da hora de governos se auxiliarem, assim como médicos, profissionais de saúde e cientistas estão fazendo, desde o início. Perdemos familiares, amigos e colegas nessa dura jornada, mas jamais deixamos de estar juntos nesse difícil e complicado momento. Só iremos derrotar a Covid-19 se todos entenderem que o único caminho para vencermos é a união de recursos e ações.