Nossa Terra Nossa Gente : UM MAPA CANINO DA VILA BOURGHESE

Theo e Hugo, meus poodles, chegaram a minha vida no momento em que eu mais precisava de bons ‘cãopanheiros’! É incrível como esses anjos de quatro patas sabem a que vieram e o que podem fazer por nós. Mensageiros divinos? Esses dez anos de fiel convivência me dizem que sim!

Além dos cuidados com saúde, alimentaçãoe higiene, as brincadeiras e os passeios são imprescindíveis para a vitalidade dos nossos pets. Cheirar e demarcar território, encontrar ‘‘aumigos” é deveras saudável para eles.

Meus poodles foram treinados a pedir para ir à rua sempre que têm vontade de… Os passeios começam cedo, tão logo o dia amanhece! Após o almoço, também apreciam uma voltinha pelo bairro e, ao final da tarde, uma ‘voltona’ caprichada. Aproveito esses preciosos momentos para espairecer, trocar um dedinho de prosa, fazer amigos. Algumas pessoas nos abordam para elogiar a tosa, pedir dicas de petshop e de veterinário, enfim, saber dessas miudezas da vida canina.

Vizinhança que tem cão eu vou conhecendo. Conheço o nome dos cães. Na maioria das vezes, não conheço o nome dos donos. Desse modo, a Vila Bourghese está mapeada pelos cães.

O passeio das seis da manhã tem endereço certeiro: a casa da Belinha, uma fox paulistinha de 14 anos que mora na rua paralela à nossa. O triângulo amoroso entre eles é muito bem resolvido e o ciúme não existe no dicionário canino dos três. Eles se amam porque se amam e ponto final! Às vezes, encontramos Mel e Neve, duas vira-latas que mais parecem duas princesas, de tão bem cuidadas! Sua tutora tem uma história belíssima de amor com as “meninas” resgatadas da rua.

No passeinho pós-almoço visitamos a Amora, uma vira-lata preta que, por mais que seus tutores vedem a grade com tela, esburaca a proteção e foge para a rua. Seu filho Marrone e o shihtzu Lucksão boas-praças e, apesar de machos, não brigam com os meus – são bons ‘aumigos’!

Na floricultura Hanami – roteiro preferido dos meus peludos -, moram a rottweiler Liza e a blue heeler Mika, as eternas namoradas dos dois. Mika é brava e ciumenta e, por isso, não permite que Theo e Hugo façam galanteios para sua companheira de quintal.

Esses dias nossa rua ficou triste. Tony, um yorkshire capa de revista, mudou-se. Nossos encontros davam-se de manhãzinha, antes que sua tutora fosse para o trabalho. Éramos tão amigos – cachorros e humanos – que não fomos despedirmo-nos.Temos certeza de que estaremos sempre juntos pelos laços da nossa fraterna e canina amizade!

Nesses passeios, nem tudo são flores! Eles também têm alguns arqui-inimigos! É o caso do Faísca e do Fumaça. Quando a tutora dos spitz abre o portão para saírem à rua, adupla parte para cima dos meus cachorros com os caninos pontudos e afiados à mostra. É um banzé!!! Já passamos bons perrengues para apartá-los. Graças a Deus, sempre tivemos o help de terceiros…

Na Sadao Kano, está o reduto da braveza canina! Na esquina, os vira-latas Belinha e Kaleb que não permitem uma mosca de se achegar ao portão. Do outro lado da rua, mora uma pastora alemã que, de tão brava, nunca ousamos um cheiro ou uma conversinha ‘au-toa’. Passamos longe!

Esse mapa canino da Vila Bourghese me fez perceber que ainda temos muitos passeios a fazer e muitos ‘aumigos’ a farejar nas ruas mais distantes da nossa. Bora lá! No mapa canino, Pindamonhangaba é do tamanho do mundo!

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