Editorial : Uma conversa sobre radares

Nesta edição informamos que os radares de trânsito em algumas vias de Pindamonhangaba passarão a operar a partir de agosto. Esse tema é controverso e gera muitas críticas, mas estudos científicos mostram que os radares contribuem para a diminuição de acidentes nas vias públicas.

Um dos estudos sobre o tema apontou que em 2019, 5.332 pessoas morreram no Brasil em acidentes nas estradas, crescimento de 1,2% em relação ao ano anterior. Foi o primeiro aumento de ocorrências de mortes nas rodovias federais em sete anos. No mesmo ano (2019), por decisão do governo federal, a fiscalização de velocidade diminuiu nas rodovias federais. A maioria dos radares fixos foi desligada. Nos últimos meses de 2019, também não foram usados radares móveis e portáteis. De acordo com as informações da Polícia Rodoviária, a falta de atenção foi a principal causa de acidentes nas estradas: 37,1%. Depois vêm desobediência às normas de trânsito (12%), velocidade acima da permitida (8,9%) e consumo de álcool (8%).

Até 2030, a meta da Década Mundial de Segurança Viária, documento assinado por diversos países, incluindo o Brasil, é reduzir à metade a proporção de veículos trafegando acima do limite de velocidade e com isso reduzir as mortes e lesões no trânsito.

Estudo da ONU revela que 5% de diminuição da velocidade média pode representar 30% na redução dos acidentes fatais. A simples redução de 3,7km/h na Suécia, baixando a velocidade média de 87,7km/h para 84km/h, reduziu a mortalidade nos acidentes em 41%.

Radares fixos constituem uma medida útil para lidar com os riscos de colisões ligadas à velocidade num determinado local da rede viária. Eles podem servir para tratar um ponto crítico, com efeitos mensuráveis sobre as colisões nos locais onde são colocados.

Reforçamos a importância da fiscalização para que aconteça uma mudança comportamento dos condutores. A conclusão geral é que campanhas de segurança no trânsito, amplamente divulgadas na mídia, podem mudar conhecimentos e atitudes do público.

Mas o que pode, de fato, diminuir acidentes e mortes no trânsito são motoristas conscientes, responsáveis e que obedeçam às leis de tráfego.