Editorial : Vendas de carros volta a crescer, mas ainda não reflete melhorias significativas
Depois de várias quedas consecutivas, finalmente a indústria automobilística deu uma respirada.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas de veículos novos subiram 12% em novembro em comparação a outubro.
Em tese é uma informação valiosíssima, ainda mais quando o país encontra-se mergulhado numa profunda crise, porém é cedo para comemorar, pois é apenas o resultado de um mês.
O importante nessa e em outras situações econômicas é analisar a famosa ‘curva’. Por hora, não chega a ser uma ‘curva’ e sim um pequeno ‘desvio’ que poderá resultar na reversão do quadro desesperador do país se mantiver a tendência.
Não que estejamos sendo pessimistas, mas vale lembrar que, de acordo com o balanço da produção e vendas das montadoras, no comparativo com novembro de 2015, no entanto, houve queda de 8,7%. Em novembro do ano passado, foram vendidas 195,2 mil unidades, enquanto no mesmo período deste ano o total ficou em 178,2 mil.
No acumulado de janeiro a novembro, 1,846 milhão de unidades de veículos novos foram vendidas, uma retração de 21,2% em relação a igual período de 2015. O número chega próximo ao que foi vendido em 2006, quando foram comercializados 1,723 milhão de carros. Em dez anos, o pico de vendas ocorreu em 2012 (3,443 milhões de unidades).
Com esses dados, ninguém acreditará que está vivendo em um conto de fadas. Pelo contrário, parece um pesadelo sem fim.
Sem desfecho feliz, e já era de conhecimento de todos, aliás, é o que o governo está fazendo com a Previdência, mas este é um assunto para digerirmos com calma, muita calma, afinal de contas pode ser que levemos 49 ou 65 anos para nos acostumarmos com a ideia. Mas vamos deixar este tema para quinta-feira ou sexta-feira.
O que vale, hoje, é apenas uma reflexão sobre os dados da Anfavea, que também comemora a elevação na produção, pois a de novembro registrou crescimento de 22,4% em relação a outubro. “Este foi o melhor mês de produção desde agosto de 2015”, destacou o presidente da Anfavea, Antonio Megale. “No acumulado chegamos ao nível de 2004, mas vem mostrando crescimento importante no último mês, em dezembro devemos ter produção também acima das 200 mil unidades”, afirmou.
Será que continua? Esperamos que sim.